domingo, 22 de novembro de 2009

companheira noite

Lendo o post 'Que caminhos tomar?' no blog de Patricia, v. cadernos à direita, pensei em Stopping by woods on a snowy evening de Robert Frost. Uma coisa leva a outra, e acabei em um poema do autor que não me lembro de ter lido antes: Acquainted with the night, Companheira noite. Num acesso de caradura, traduzi a primeira estrofe :
Acquainted with the night

I have been one acquainted with the night.
I have walked out in rain - and back in rain.
I have outwalked the furthest city light.
I have looked down the saddest city lane.
I have passed by the watchman on his beat
And dropped my eyes, unwilling to explain.


I have stood still and stopped the sound of feet
When far away an interrupted cry
Came over houses from another street,
But not to call me back or say good-bye;
And further still at an unearthly height,
One luminary clock against the sky
Proclaimed the time was neither wrong nor right.
I have been one acquainted with the night.

Robert Frost

Companheira noite

Posso dizer que conheço bem a noite
Saí debaixo de chuva e retornei com chuva
Caminhei muito além cidade iluminada
Percorri com os olhos a travessa mais sombria
Passei pelo guarda noturno no pedaço que lhe cabia
E olhei para o chão, relutante em explicar qualquer coisa

sábado, 21 de novembro de 2009

woodstock em 2012 ?

Elliot e Vilma, bom embate. Elliot pergunta pra Vilma, 'O meu pai já sabe que você é ... ?' Não consegue falar e Vilma responde: 'Eu sei o que sou e isso facilita um pouco as coisas, não acha?'

Ang Lee, à direita, dirige um possante, Emile Hirsch, adoooro.

Partimos para o Rio pela ponte, rebento e eu. Ele, já decidido a ver o filme 2012, eu, ainda em dúvida entre Aconteceu em Woodstock e Deixa ela entrar. O primeiro sobre uma hecatombe climática, o segundo, sobre o festival dos festivais e o terceiro, um filme sueco de vampiro, e ao que parece, já é um clássico. Ingressos comprados, adolescente entra primeiro e correndo porque a sessão já começou. Vou para a livraria do local para esperar Aconteceu ... começar, decidi pelo filme quando estava na fila, o da vampira é terrorzão e me impressiono facilmente.

Aconteceu em Woodstock é bacana mesmo, me emocionei, me identifiquei e mais que tudo, me permiti sonhar um pouco com o passado, uma época que evoca ideais, ideologias e uma possibilidade de acreditar ainda em alguma coisa (boa). Para sonhar é preciso grana, tá lá no filme, pra sonhar é preciso acreditar, está lá também, pra sonhar é preciso estar vivo e acordado pra então dormir e sonhar. Meu pessimismo me faz crer que estamos a meio passo do mundo de Wall-e, tem lixo demais, tem cocô demais, tem consumismo demais e comunismo de menos. Essa visão romântica de que há tempo hábil de reverter os estragos, me irrita e entristece um pouco. Como?! Não dá mais tempo.

Mas aí vem um diretor e me joga na cara, 'Minha filha, o mundo ainda não acabou não.'

O 2012 fica pra uma sessão caseira, talvez. A opinião de quem viu e gostou foi: 'Mãe, muito legal, mas sabe aquele tipo de filme quanto mais inverossímil melhor?' Deve sair daqui a alguns meses em DVD, antes do ano da profecia maia, então acho que ainda dá tempo de ver, né?

P. S. Na saída do cinema já tinha 2012 em DVD à venda na calçada, e muitos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

pra ver e ouvir

nem bastardos nem inglórios

Ele e ele protagonizam duas das cenas mais tensas já vistas no cinema. Ele, acima, chama-se Denis Menochet e ele, abaixo, Michael Fassbender.



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Feliz dia!

Hoje li no twitter web20classroom e o reproduzo aqui.

RT @NMHS_Principal: RT @feedtheteacher: "The art of teaching is the art of assisting discovery." - Mark Van Doren

"A arte de ensinar é a arte de auxiliar descobertas."

domingo, 4 de outubro de 2009

o casamento de rachel (las hermanas)


Muito se fala sobre relações familiares, e agora tão na moda, sobre família disfuncional. Não somos todos um pouco, ou até muito disfuncionais? Se a resposta é sim, então a família também o é.
Para mim o que bate mais forte no filme o casamento de rachel é a relação entre irmãos, neste caso, entre irmãs. Ouço falar na maioria das vezes, quando o assunto é psicanálise, na relação vertical, não sei se este é o termo, e seus desdobramentos. Já a horizontal, relacionada a irmãos, ouvi pouco. Só que na real, a relação entre pais e filhos e entre irmãos coexistem, e se a vida segue seu curso de seleção natural, irmãos sobrevivem a seus genitores.
O filme revela muito de nossas vidas, onde culpas e interpretações equivocadas às vezes ficam na sombra ou por dizer, e quando são ditas não são benditas. As irmãs Rachel e Kim acham que o pai protege uma em detrimento da outra, mas as duas acham a mesma coisa, ou seja... A mãe parece meio espectadora de tudo, não quer tomar partido, não quer se meter. Como pode não se meter, se já está (compro)metida com a história familiar até o pescoço? Desconfio um pouco das pessoas que não tomam partido, ou que se dizem alheias aos outros e suas dores e afirmam, 'Cada um que cuide de sua vida.'
A filha adicta mostra as dificuldades daquela família com muita consciência e propriedade, ela se cansa de carregar os erros que não são só dela, ela se cansa de pedir desculpas por algo que já passou mas que é lembrado a cada momento. Ela está limpa há nove meses, mas sente a necessidade de pedir desculpas 'make amends' publicamente quando brinda no ensaio do casamento.
Os irmãos precisam lidar com as preferências, diferenças, sim, os pais tratam os filhos de forma desigual, ou é percebido desta maneira. As irmãs no filme se digladiam, e disputam a atenção e o amor do pai ao longo do filme. Também demonstram um afeto enorme que parece estar ou que precisa ser resguardado; afinal, sentimentos causam prazer e dor e provavelmente elas querem se proteger da dor.
O filme tem cenas bonitas e comoventes, nunca piegas, num encontro de NarAnon. O casamento parece que está acontecendo dentro da casa da gente, os personagens são possíveis, com suas inconsistências e incoerências. Tem uma coisa no filme de que não gosto tanto, acho o multi-culturalismo da festa de casamento um tanto forçado naquele contexto, mas é só.
Divirtam-se!

sábado, 19 de setembro de 2009

josé & filipa

Achei uma delícia este vídeo. É ou não? O violonista bonitão chama-se José Peixoto e tocou no Madredeus e ela é Filipa Paes, ouvi-a pela primeira vez há alguns anos, depois disso, só hoje.


cous cous

O segredo do grão é o nome do filme, Le graine et le mulet, Grão (cous cous) com peixe. Trabalhadores imigrantes Tunisinos na França, em busca de um lugar ao sol. Referências ao neo realismo italiano. Minha cena preferida é a da mulher que 'descasca' com a família do marido e o sogro chega de ouvinte inesperado e atônito. Postei a cena da dança do ventre porque é também maravilhosa, porém, um spoiler (tira um pouco/muito a graça do filme).


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

palavra

Nakba.
Descobri esta palavra por acaso há dois dias. Significa catástrofe ou desgraça, como queiram, ou ainda êxodo palestino, como quer a wikipedia.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

só pra contrariar

O dia 11 de setembro pode ter muitos significados, se fosse em um dicionário a 1ª definição para a entrada talvez fosse: data em que os EUA entraram para a história (contemporânea) no papel de vítima, sofreram um ato terrorista etc e tal. Talvez esse mesmo dicionário registrasse, mas não estaria entre as primeiras definições (já que o dicionário não é de minha autoria) para o verbete onze de setembro: data de morte/assassinato de Salvador Allende, presidente socialista no Chile. Lá no finalzinho, talvez na última linha, ou por falta de espaço nem estaria.

P.S.1 Um amigo me falou da data de morte de Allende semana passada.
P.S.2 A foto é do filme A culpa é do Fidel!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

mr sunshine

Deu uma nostalgia hoje de música pra dançar, ou só pra ouvir mesmo. Tudo começou com Fleetwood Mac, depois Paulinho da Viola com 'dinheiro na mão é vendaval, é vendaval' e Stevie Wonder cantando Isn't she lovely?
Não é que o video postado é anos 70 puro? Indumentária, arranjos, vocal, TUDO. Divirtam-se. Ah, adoooro a música.


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

a irmã de sandrine


Vi um filme esse domingo que me deixou ... , nem sei como me deixou. Ela se chama Sabine é o nome da película e foi dirigido pela irmã de Sabine, Sandrine. É uma declaração de amor, denúncia, dor, e não há redenção, aquele estado de satisfação ingênua no final. Há algumas inconsistências, a meu ver. Parece que faltam peças para entender um pouco mais claramente o que aconteceu no hospital psiquiátrico onde Sabine foi internada por 5 anos. O papel da mãe e das irmãs quando o autismo de Sabine tomou dimensões mais dramáticas, ou a trajetória da doença até à internação ficam difusos. O pai sequer é mencionado no filme, talvez a pedido do próprio? Apesar dessas lacunas, o filme é contudente, rasga a carne e deixa as feridas abertas, que talvez sejam nossas também.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

tanto

Portugal não está no sangue, meu, neste caso, mas na alma, ah, está está.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

saudade

Li no twitter que a Mesbla se prepara para retornar, é isso mesmo?



Sede da Mestre & Blatge, firma francesa precursora da Mesbla (1912) http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesbla

domingo, 19 de julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

amor feinho

A última edição da Flip aconteceu há duas semanas e por conta disso me lembrei de quando lá estive há 3 anos. Um acontecimento inesquecível, um encontro mágico. Andando pela praça principal da cidade pela manhã passei por uma quadra de esportes onde duas pessoas falavam sobre literatura infantil. Audiência pequena e um pouco dispersa, ao contrário do que acontece na tenda; porém, uma das palestrantes era Adélia Prado. E aí fui capturada pela fala mansa da avó Adélia que falava sem pompa ou didatismo sobre literatura infantil.
Aí vai um poema e um pedaço de outro que li ontem:

Toada

Cantiga triste, pode com ela
é quem não perdeu a alegria.

Amor feinho (só parte dele)

Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é uma mulher.
Amor feinho não tem ilusão ,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

Adélia Prado em Bagagem

sábado, 11 de julho de 2009

minha língua minha pátria



Queria muito ver Budapeste, e o fiz há duas semanas. Quando me perguntam se gostei, quase sempre respondo que fui ao cinema com muita vontade de gostar do filme. Não sei porque digo isso, acho que para justificar que não o curti tanto quanto imaginei antes de vê-lo. 'Não vi e já gostei' originou-se talvez do 'trailer' instigante, e também do fato da história ser baseada em um romance de Chico Buarque, que deixou de ser uma pessoa de carne e osso há muito. Além disso, tem Leonardo Medeiros que vi atuar em Cabra-cega e Budapeste, uma cidade partida pelo Danúbio e também em seu próprio nome.

Aprender uma língua é também aprender tudo que vem antes e depois dela, por isso acredito que seremos sempre estrangeiros falando uma língua estranha e continuaremos forasteiros de nós mesmos. O filme para mim é permeado por este tema e é quando mais gosto dele. Do que não gosto tanto, não quero falar, importa menos que a Budapeste amarela desvendando-se pra gente.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

pedro, paulo e maria

five hundred miles é uma canção que me faz lembrar coisas boas e também chorar, um choro bom, ela é bonita demais. Foi com essa música, cantada pela prima de voz linda, que me apresentaram a Peter, Paul & Mary em meados de 70. Há pouco mais de um ano vi e ouvi este vídeo e me apaixonei. Chama-se Jane Jane.
Atualizei dia 14/09/09 porque o vídeo do post original foi retirado. Inseri a música Hangman.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

mãe

Leia. Faça este favor a você mesmo.
Vá para Rozane, em cadernos à direita, e prossiga para o post de 7/7.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

este também é o cara


Hoje vi uma cena de Senhora do destino em Vale a pena ver de novo e o Flavio Migliaccio estava lá. Ele é incrível, qualquer papel ele tira de letra. Ainda tenho as lembranças de Shazam e Xerife e do Tio Maneco em tonalidades bem fortes, e aí vai uma foto bem antiga e linda.

sábado, 16 de maio de 2009

ele já foi bispo também

Não dá pra deixar de notar qualquer coisa que este homem faça.



terça-feira, 12 de maio de 2009

jornada espaço a dentro




É impressão minha, ou Jornada nas estrelas XI é bom pra caramba?

domingo, 10 de maio de 2009

socorro! a-do-ro super nanny

Sábado à noite em casa, foi ontem, depois de passar o dia todo fora com a família. Liguei a televisão para zapear, é, faço isso também. Passei pelo 11 e vi que já havia começado, fiquei até o final para ver se a mãe seguiria os conselhos da Cris Poli, rigorosa e doce ao mesmo tempo. Muito legal, o programa é bem cuidado, bem editado e nos faz refletir sobre atitudes e crenças relativas à educação de forma geral.
Outro programa de que gosto muito é o 50 por 1, ontem a matéria foi sobre o Ribatejo. Programa bacana, bem conduzido, dá o tom certo para cada assunto. Lembrei agora de um programa de turismo que passava na tv de manhã há muitos anos, tinha um fundo de fotografia e um apresentador falando de vários lugares ao redor do mundo. Talvez a intenção seja a mesma, atrair turistas, mover a roda da economia do lugar, etc, mas o programa conduzido pelo Garnero, além disso, é divertido e mostra uns detalhes bem interessantes das pessoas e dos lugares por onde ele passa.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

silêncio da luz

O filme se chama luz silenciosa, resumindo muitíssimo: pai de família se apaixona por outra pessoa, detalhe: em uma comunidade menonita no México. Filme mexicano, diretor da mesma nacionalidade, atores falam dialeto alemão. O filme é bonito demais, as atuações são intensas e discretas; toda a dor por que passamos está lá. E a redenção também.
Hoje bateu uma saudade do LP amor de índio de Beto Guedes e também de uma das músicas de que mais gosto no disco. À palavra luz presente neste post, do título à música escolhida, minha homenagem.


Beto Guedes/Caetano Veloso - Luz E Misterio

to tweet or not to tweet?

Dizem que o twitter vicia , será?

terça-feira, 21 de abril de 2009

jolene

Esta interpretação de Dolly Parton é uma das muitas versões de Jolene. Acho magnífico na voz dela.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

estava à toa na vida, o meu amor me chamou

O simples pode ser bom, muito bom. A Banda é sem firulas, sem planos longos e intermináveis, ou diálogos que necessitem de manual para ser decifrados (apesar de também gostar de filmes com as características citadas).
Summertime e Chet Baker também marcam presença.

domingo, 19 de abril de 2009

traduttore, traditore?


Incluo neste post alguns trechos do livro O leitor traduzido para o português. Não tenho idéia de como está escrito em alemão, mas soa tão bonito e fluido em nossa língua.

"Ir até lá podia ser perigoso. Mas na verdade era impossível que o perigo se realizasse. A Sra. Schmitz iria cumprimentar-me admirada, escutar uma despulpa por meu comportamento estranho e despedir-se amigavelmente. Era mais perigoso não ir; corria o risco de não escapar de minha fantasia."

"O fato de ir visitá-la era algo completamente diferente. Não sei porque o fiz. mas reconheço hoje nos acontecimentos daquela época o modelo segundo o qual, ao longo de minha vida, ações e comportamentos concordaram ou não concordaram entre si. Penso, chego a um resultado, mantenho o resultado preso a uma decisão e faço a experiência de que a ação é uma coisa por si mesma, que pode mas não tem que seguir a decisão. Com bastante frequência no decorrer da minha vida fiz o que não tinha decidido e deixei de fazer o que tinha decidido. Algo, que nunca saberei, age; 'algo' dirigi-se à mulher que não quero mais ver, 'algo' faz diante dos superiores a observação que me desgraça, 'algo' volta a fumar, embora eu tivesse decidido abandonar o cigarro, e desiste de fumar depois que percebo que sou e permanecerei sendo um fumante."

"É isso que me deixa triste? O entusiasmo e a fé que me preenchiam naquela época e retiravam da vida uma promessa que nunca e em momento algum ela poderia conter? Às vezes vejo no rosto de crianças e adolescentes esse entusiasmo e essa mesma fé, e as vejo com a mesma tristeza com que volto a pensar em mim. Será que essa tristeza é tristeza pura e simplesmente?
É ela que nos acomete quando belas lembranças tornam-se frágeis e rememoradas, porque a felicidade lembrada não vive mais da situação, mas sim de uma promessa que não foi mantida?"

O personagem-narrador é um rapaz de quinze anos e a Sra. Schmitz uma mulher 20 anos mais velha que ele. O relacionamento deles se desdobra em outras histórias com o passar do tempo.

A tradução de O leitor permite que as águas do texto sigam o curso do rio, sem percalços, impedimentos e com uma leveza que faz parecer que o livro foi escrito em português.

Autor: Bernhard Schlink
Tradutor: Pedro Süssekind
Editora: Record

quarta-feira, 15 de abril de 2009

só um lembrete

Para o que não tem solução
A sede do peixe ensinou
Não me vale a água do mar
Nem vinho, nem glória, navio
Nem o sal da língua que beija o frio
Nem ao menos toda raiva

Milton Nascimento & Márcio Borges

Ah, o lembrete é para mim mesma.

sábado, 11 de abril de 2009

c.c.b.b. - o conto


Não devemos comparar amores, é indelicado. Também não se compara filme e o texto escrito em que o primeiro se baseou. Quando vi o filme Benjamin Button sabia que este era inspirado em um conto de F. Scott Fitzgerald chamado O Curioso Caso de Benjamin Button, e só. Aqui na cidade ficou em cartaz mais de um mês, quase todo mundo que conheço viu; a maioria gostou muito ou só gostou: 'Gostei, ponto'. Quando inquirida, dizia: 'Não amei não'. Quando gosto muito de algo, digo: 'é a/o ... melhor do mundo', mesmo não sendo.
Passou um tempo, li o conto, pronto, me apaixonei. O texto foi publicado em português, acho que pela Companhia das Letras*. Em inglês ele pode se encontrado numa edição charmosa e bem cuidada, com belíssimas ilustrações. Não, não pode ser encontrada, atualmente está esgotada (na livrariacultura e fnac).
*José Olympio é a correta

sexta-feira, 10 de abril de 2009

o que é, o que é?

É ficção mas não parece. Vem da França. É falação por mais de hora e meia, mas nunca um discurso vazio. Fiquei estatelada. Pra mim, imperdível.

domingo, 5 de abril de 2009

como fui perder esse show?

How about grieving it all one at a time
How about not equating death with stopping
The moment I jumped off of it was
The moment I touched down

Que tal sentir as dores do mundo uma de cada vez?
Que tal não igualar a morte ao fim de tudo?
Quando me lancei
Fui ao chão

Thank you Alanis

That I would be good se pudesse ouvir músicas assim:

sexta-feira, 3 de abril de 2009

urgente: ler este post

Clicar em cima do nome Cristiana em Cadernos, à margem direita. Favor ler post Aconteceu do dia 2 de abril de 2009.

Obrigada,
Mônica

quarta-feira, 1 de abril de 2009

meu limão meu limoeiro...





Vi recentemente um filme chamado Lemon tree, o título ficou assim mesmo, pode ser traduzido como O Limoeiro. Por coincidência, hoje li em O Caderno de Saramago sobre um poeta palestino chamado Mahmud Darwish.

Publico um de seus poemas:


O Limoeiro

Tínhamos atrás das grades
Um limoeiro
As frutas amareladas brilhavam como lâmpadas
As flores eram um leque cheiroso no nosso bairro

Tínhamos, atrás das grades
Um limoeiro.
Nosso
Mas, para fazer enfeites com seus galhos
E perfume das suas flores
O cortaram
Ficamos
Sem o nosso limoeiro
Nossos olhos
Nunca mais viram a primavera.


O Limoeiro foi 'colado' do site Movimento Palestina Para Tod@s

desnaturada

O contexto é o seguinte: mãe decepcionada e amargurada com sua filha canta esta música na Ópera do Malandro. Vi a peça em 1978 no Teatro Ginástico, tenho o cd com as músicas da Ópera. Em Uma canção desnaturada, interpretada por Marlene e o autor, o mito da mulher-mãe que ama a seus filhos incontestável e incondicionalmente cai por terra deixando-as mais humanas e alcançáveis.

Uma canção desnaturada

Por que cresceste, curuminha/Assim depressa, e estabanada/Saíste maquilada/Dentro do meu vestido/Se fosse permitido/Eu revertia o tempo/Pra reviver a tempo/De poder/Te ver, as pernas bambas, curuminha/Batendo com a moleira/Te emporcalhando inteira/E eu te negar meu colo/Recuperar as noites, curuminha/Que atravessei em claro/Ignorar teu choro/E só cuidar de mim/Deixar-te arder em febre, curuminha/Cinquenta graus, tossir, bater o queixo/Vestir-te com desleixo/Tratar uma ama-seca/Quebrar tua boneca, curuminha/Raspar os teus cabelos/E ir te exibindo pelos/Botequins/Tornar azeite o leite/Do peito que mirraste/No chão que engatinhaste, salpicar/Mil cacos de vidro/Pelo cordão perdido/Te recolher pra sempre/À escuridão do ventre, curuminha/De onde não deverias/Nunca ter saído

Chico Buarque

sábado, 28 de março de 2009

mais fofo, impossível

Li hoje, agora mesmo, na folhaonline:

20/03/2009 - 22h44 Gael García Bernal diz que não "perde tempo" pensando no Oscar

da Efe, em Guadalajara (México)

Poucas horas antes de ser premiado no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara por sua carreira cinematográfica, o ator mexicano Gael García Bernal afirmou hoje à "Agência Efe" que não perde tempo pensando no Oscar, pois é algo que "acontece de repente".
"É algo com o que não perco o tempo pensando, porque é algo que está fora de seu alcance completamente, é algo que acontece, que ocorre de repente", disse García Bernal, também
produtor e diretor.
"Pergunte a todos os que ganharam um Oscar, a qualquer um, todos lhe dirão que é um redemoinho no qual entram sem querer, de repente ocorre e as coisas acontecem", acrescentou, com tranquilidade.
O ator se mostrou exultante com o prêmio do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara.
"O fato de que me deem um prêmio de cinema é algo irracional, e depois de que me deem na cidade onde nasci se torna ainda mais irracional", afirma, orgulhoso.
O prêmio "tem um significado muito especial e que nenhum outro prêmio teve", acrescenta o ator, que dedicou o reconhecimento à sua família.
__________________________________________________________

Fiquei curiosa com o uso da palavra irracional na tradução, no contexto parece algo mais próximo de inesperado, incrível, 'louco'.

pára tudo (parte II)

Voltemos ao acordo ortográfico e falemos do trema. Descobri que não usava trema em muitas palavras que eram grafadas com o dito cujo. A seguir incluo alguns outros vocábulos pra sair dos batidos linguiça e tranquilo.

aguentar/bilíngue/caguetar/cinquenta/consequente/deliquente/
eloquente/frequentar/liquidar/
pinguim/redarguir/sequela/sequência/seriguela/unguento

pára tudo, quero meu acento de volta

Lendo um pequeno guia da reforma ortográfica da língua portugueza, é ja foi assim, algumas perguntas povoaram minha mente. Por que ideia e assembleia, linguiça e tranquilo são sempre usados para exemplificar a reforma? Afinal, qual é o problema com geleia, centopeia, diarreia e ateia? Também encontrei outros verbetes que gostaria de deixar registrados aqui junto a meu protesto contra a discriminação de palavras menos freqüentes, ah e por favor, o trema é assunto delicado, depois falamos dele. O acento diferencial do título foi mantido porque o nome já diz tudo: DIFERENCIAL.

aporreia (do verbo aporrear―apoquentar, v. Dicionário Aurélio )
Cassiopeia
docleia (crustáceo, aranha do mar, v. Dicionário Aberto)
farmacopeia
Galateia
morfeia (hanseníase, v. Aurélio)
pangeia

quarta-feira, 25 de março de 2009

che partido


O filme tem duas partes. A primeira estreia dia 27, e a segunda vem quando?

Por enquanto, foto de Benicio em cena.

segunda-feira, 23 de março de 2009

um salvador para salvador?

Texto de José Saramago sobre episódio em que conheceu o presidente eleito em El Salvador e também suas esperanças. Publicado hoje no Caderno do Saramago.

Há anos, bastantes já, numa viagem que do Canadá nos levaria a Cuba, fizemos paragem em Costa Rica e El Salvador. Desta última visita quero falar hoje. Como sempre sucede quando ando viajando por aí, dei algumas entrevistas, a mais importante das quais a Mauricio Funes, agora presidente eleito de El Salvador. Não o conhecia de antes. Tive a grata surpresa de encontrar, não um jornalista mais ou menos funcionarial encarregado de convencer o recém-chegado escritor das virtudes de um regime baseado na mais feroz repressão, responsável directo, desde o governo às forças militares, pelos abusos, arbitrariedades e crimes cometidos pelo Estado e pelas poderosas famílias de terra-tenentes, senhores absolutos da economia do país, mas um interlocutor culto e informado de tudo quanto respeitava, não só ao longo martírio sofrido pela população, mas também sobre a problemática possibilidade de uma mudança que ainda não parecia vislumbrar-se no horizonte social e político da sociedade salvadorenha. Não voltámos a ver-nos, mas Pilar tem mantido, desde então, e em momentos pessoais e políticos muito duros para eles, uma correspondência assídua com Vanda Pignato, a esposa de Mauricio, que, a partir de agora irá certamente intensificar-se.
O outro Funes que aparece no título é o de Borges, aquele homem dotado de uma memória que tudo absorvia, tudo registava, factos, imagens, leituras, sensações, a luz de um amanhecer, uma prega de água na superfície de um lago. Não peço tanto ao presidente eleito de El Salvador, apenas que não esqueça nenhuma das palavras que pronunciou na noite do seu triunfo perante milhares de homens e mulheres que tinham visto nascer finalmente a esperança. Não os desiluda, senhor presidente, a história política da América do Sul transborda de decepções e frustrações, de povos inteiros cansados de mentiras e enganos, é tempo, é urgente mudar tudo isto. Para Daniel Ortega, já temos um.
Publicado em
O Caderno de Saramago Comments Off

quinta-feira, 19 de março de 2009

bela canção



um país chamado salvador

quarta-feira, 18 de março de 2009

o amor acaba

'It always fascinated me how people go from loving you madly to nothing at all. Nothing. It hurts so much.'

Sempre me intrigou como um amor pode virar nada, nada mesmo. Chega a doer.

Dito pelo personagem de Julie Delpy na cena final do filme 2 dias em paris.

sexta-feira, 13 de março de 2009

carne levare

Li hoje na Revista Caras na seção Citações trecho de Murilo Mendes, que se encontra por sua vez no livro O Santo Sujo de Humberto Werneck, biografia de Jaime Ovalle. Ufa! Alguém aí falou que Caras não é cultura erudita?

"Uma descida em nós mesmos/ Metamorfose do rito ancestral,/ Explosão de instintos comprimidos,/ Muito mais do que safadeza"

Murilo Mendes (1901-1975), poeta mineiro, define o carnaval no livro O Santo Sujo, de Humberto Werneck (Cosac Naify).

sábado, 7 de março de 2009

dia internacional

Este vídeo foi produzido pela Lápis Raro e encontra-se no blog
http://parafrancisco.blogspot.com/.
Viva o dia internacional da ...

sexta-feira, 6 de março de 2009

cria cuervos

Cria Cuervos é um filme que não me sai da lembrança afetiva. Tenho o LP com a música Por que te vas até hoje. Vi o filme com meus primos em Santos nos idos de 1978. Me recordo do cinema, que não existe mais, da expectativa de ver um filme que tocava em questões políticas e familiares vistas pelos olhos e coração de uma criança. Revi o filme há 2 anos e adorei reencontrar imagens, sensações e sentimentos que ainda são muito presentes, diferentes da época em que vi o filme pela 1ª vez, mas presentes.

Aí vai a música tema Por que te vas com Jeanette, a versão usada no filme, e outra com Javier Álvarez.



segunda-feira, 2 de março de 2009

ponto de encontro

http://cinecelula.movimento-humanista.org/?p=146

sábado, 28 de fevereiro de 2009

o mar - madredeus

Não é nenhum poema
o que vos vou dizer
Nem sei se vale a pena
Tentar-vos descrever
O Mar, O Mar
E eu fui aqui ficando
só para O poder ver
E fui envelhecendo
sem nunca o perceber
O Mar, O Mar

Pedro Ayres Magalhães

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

apenas uma vez


Belo filme, canções boas de ouvir, chama-se Apenas uma vez. Marketa e Glen na foto.
Once - If You Want Me