Esta interpretação de Dolly Parton é uma das muitas versões de Jolene. Acho magnífico na voz dela.
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
estava à toa na vida, o meu amor me chamou
O simples pode ser bom, muito bom. A Banda é sem firulas, sem planos longos e intermináveis, ou diálogos que necessitem de manual para ser decifrados (apesar de também gostar de filmes com as características citadas).
Summertime e Chet Baker também marcam presença.
Summertime e Chet Baker também marcam presença.
domingo, 19 de abril de 2009
traduttore, traditore?
Incluo neste post alguns trechos do livro O leitor traduzido para o português. Não tenho idéia de como está escrito em alemão, mas soa tão bonito e fluido em nossa língua.
"Ir até lá podia ser perigoso. Mas na verdade era impossível que o perigo se realizasse. A Sra. Schmitz iria cumprimentar-me admirada, escutar uma despulpa por meu comportamento estranho e despedir-se amigavelmente. Era mais perigoso não ir; corria o risco de não escapar de minha fantasia."
"O fato de ir visitá-la era algo completamente diferente. Não sei porque o fiz. mas reconheço hoje nos acontecimentos daquela época o modelo segundo o qual, ao longo de minha vida, ações e comportamentos concordaram ou não concordaram entre si. Penso, chego a um resultado, mantenho o resultado preso a uma decisão e faço a experiência de que a ação é uma coisa por si mesma, que pode mas não tem que seguir a decisão. Com bastante frequência no decorrer da minha vida fiz o que não tinha decidido e deixei de fazer o que tinha decidido. Algo, que nunca saberei, age; 'algo' dirigi-se à mulher que não quero mais ver, 'algo' faz diante dos superiores a observação que me desgraça, 'algo' volta a fumar, embora eu tivesse decidido abandonar o cigarro, e desiste de fumar depois que percebo que sou e permanecerei sendo um fumante."
"É isso que me deixa triste? O entusiasmo e a fé que me preenchiam naquela época e retiravam da vida uma promessa que nunca e em momento algum ela poderia conter? Às vezes vejo no rosto de crianças e adolescentes esse entusiasmo e essa mesma fé, e as vejo com a mesma tristeza com que volto a pensar em mim. Será que essa tristeza é tristeza pura e simplesmente?
É ela que nos acomete quando belas lembranças tornam-se frágeis e rememoradas, porque a felicidade lembrada não vive mais da situação, mas sim de uma promessa que não foi mantida?"
O personagem-narrador é um rapaz de quinze anos e a Sra. Schmitz uma mulher 20 anos mais velha que ele. O relacionamento deles se desdobra em outras histórias com o passar do tempo.
A tradução de O leitor permite que as águas do texto sigam o curso do rio, sem percalços, impedimentos e com uma leveza que faz parecer que o livro foi escrito em português.
Autor: Bernhard Schlink
Tradutor: Pedro Süssekind
Editora: Record
"Ir até lá podia ser perigoso. Mas na verdade era impossível que o perigo se realizasse. A Sra. Schmitz iria cumprimentar-me admirada, escutar uma despulpa por meu comportamento estranho e despedir-se amigavelmente. Era mais perigoso não ir; corria o risco de não escapar de minha fantasia."
"O fato de ir visitá-la era algo completamente diferente. Não sei porque o fiz. mas reconheço hoje nos acontecimentos daquela época o modelo segundo o qual, ao longo de minha vida, ações e comportamentos concordaram ou não concordaram entre si. Penso, chego a um resultado, mantenho o resultado preso a uma decisão e faço a experiência de que a ação é uma coisa por si mesma, que pode mas não tem que seguir a decisão. Com bastante frequência no decorrer da minha vida fiz o que não tinha decidido e deixei de fazer o que tinha decidido. Algo, que nunca saberei, age; 'algo' dirigi-se à mulher que não quero mais ver, 'algo' faz diante dos superiores a observação que me desgraça, 'algo' volta a fumar, embora eu tivesse decidido abandonar o cigarro, e desiste de fumar depois que percebo que sou e permanecerei sendo um fumante."
"É isso que me deixa triste? O entusiasmo e a fé que me preenchiam naquela época e retiravam da vida uma promessa que nunca e em momento algum ela poderia conter? Às vezes vejo no rosto de crianças e adolescentes esse entusiasmo e essa mesma fé, e as vejo com a mesma tristeza com que volto a pensar em mim. Será que essa tristeza é tristeza pura e simplesmente?
É ela que nos acomete quando belas lembranças tornam-se frágeis e rememoradas, porque a felicidade lembrada não vive mais da situação, mas sim de uma promessa que não foi mantida?"
O personagem-narrador é um rapaz de quinze anos e a Sra. Schmitz uma mulher 20 anos mais velha que ele. O relacionamento deles se desdobra em outras histórias com o passar do tempo.
A tradução de O leitor permite que as águas do texto sigam o curso do rio, sem percalços, impedimentos e com uma leveza que faz parecer que o livro foi escrito em português.
Autor: Bernhard Schlink
Tradutor: Pedro Süssekind
Editora: Record
quarta-feira, 15 de abril de 2009
só um lembrete
Para o que não tem solução
A sede do peixe ensinou
Não me vale a água do mar
Nem vinho, nem glória, navio
Nem o sal da língua que beija o frio
Nem ao menos toda raiva
Milton Nascimento & Márcio Borges
Ah, o lembrete é para mim mesma.
A sede do peixe ensinou
Não me vale a água do mar
Nem vinho, nem glória, navio
Nem o sal da língua que beija o frio
Nem ao menos toda raiva
Milton Nascimento & Márcio Borges
Ah, o lembrete é para mim mesma.
sábado, 11 de abril de 2009
c.c.b.b. - o conto
Não devemos comparar amores, é indelicado. Também não se compara filme e o texto escrito em que o primeiro se baseou. Quando vi o filme Benjamin Button sabia que este era inspirado em um conto de F. Scott Fitzgerald chamado O Curioso Caso de Benjamin Button, e só. Aqui na cidade ficou em cartaz mais de um mês, quase todo mundo que conheço viu; a maioria gostou muito ou só gostou: 'Gostei, ponto'. Quando inquirida, dizia: 'Não amei não'. Quando gosto muito de algo, digo: 'é a/o ... melhor do mundo', mesmo não sendo.
Passou um tempo, li o conto, pronto, me apaixonei. O texto foi publicado em português, acho que pela Companhia das Letras*. Em inglês ele pode se encontrado numa edição charmosa e bem cuidada, com belíssimas ilustrações. Não, não pode ser encontrada, atualmente está esgotada (na livrariacultura e fnac).
*José Olympio é a correta
sexta-feira, 10 de abril de 2009
o que é, o que é?
É ficção mas não parece. Vem da França. É falação por mais de hora e meia, mas nunca um discurso vazio. Fiquei estatelada. Pra mim, imperdível.
domingo, 5 de abril de 2009
como fui perder esse show?
How about grieving it all one at a time
How about not equating death with stopping
The moment I jumped off of it was
The moment I touched down
Que tal sentir as dores do mundo uma de cada vez?
Que tal não igualar a morte ao fim de tudo?
Quando me lancei
Fui ao chão
Thank you Alanis
That I would be good se pudesse ouvir músicas assim:
How about not equating death with stopping
The moment I jumped off of it was
The moment I touched down
Que tal sentir as dores do mundo uma de cada vez?
Que tal não igualar a morte ao fim de tudo?
Quando me lancei
Fui ao chão
Thank you Alanis
That I would be good se pudesse ouvir músicas assim:
sexta-feira, 3 de abril de 2009
urgente: ler este post
Clicar em cima do nome Cristiana em Cadernos, à margem direita. Favor ler post Aconteceu do dia 2 de abril de 2009.
Obrigada,
Mônica
Obrigada,
Mônica
quarta-feira, 1 de abril de 2009
meu limão meu limoeiro...
Vi recentemente um filme chamado Lemon tree, o título ficou assim mesmo, pode ser traduzido como O Limoeiro. Por coincidência, hoje li em O Caderno de Saramago sobre um poeta palestino chamado Mahmud Darwish.
Publico um de seus poemas:
O Limoeiro
Tínhamos atrás das grades
Um limoeiro
As frutas amareladas brilhavam como lâmpadas
As flores eram um leque cheiroso no nosso bairro
Tínhamos, atrás das grades
Um limoeiro.
Nosso
Mas, para fazer enfeites com seus galhos
E perfume das suas flores
O cortaram
Ficamos
Sem o nosso limoeiro
Nossos olhos
Nunca mais viram a primavera.
O Limoeiro foi 'colado' do site Movimento Palestina Para Tod@s
desnaturada
O contexto é o seguinte: mãe decepcionada e amargurada com sua filha canta esta música na Ópera do Malandro. Vi a peça em 1978 no Teatro Ginástico, tenho o cd com as músicas da Ópera. Em Uma canção desnaturada, interpretada por Marlene e o autor, o mito da mulher-mãe que ama a seus filhos incontestável e incondicionalmente cai por terra deixando-as mais humanas e alcançáveis.
Uma canção desnaturada
Por que cresceste, curuminha/Assim depressa, e estabanada/Saíste maquilada/Dentro do meu vestido/Se fosse permitido/Eu revertia o tempo/Pra reviver a tempo/De poder/Te ver, as pernas bambas, curuminha/Batendo com a moleira/Te emporcalhando inteira/E eu te negar meu colo/Recuperar as noites, curuminha/Que atravessei em claro/Ignorar teu choro/E só cuidar de mim/Deixar-te arder em febre, curuminha/Cinquenta graus, tossir, bater o queixo/Vestir-te com desleixo/Tratar uma ama-seca/Quebrar tua boneca, curuminha/Raspar os teus cabelos/E ir te exibindo pelos/Botequins/Tornar azeite o leite/Do peito que mirraste/No chão que engatinhaste, salpicar/Mil cacos de vidro/Pelo cordão perdido/Te recolher pra sempre/À escuridão do ventre, curuminha/De onde não deverias/Nunca ter saído
Chico Buarque
Uma canção desnaturada
Por que cresceste, curuminha/Assim depressa, e estabanada/Saíste maquilada/Dentro do meu vestido/Se fosse permitido/Eu revertia o tempo/Pra reviver a tempo/De poder/Te ver, as pernas bambas, curuminha/Batendo com a moleira/Te emporcalhando inteira/E eu te negar meu colo/Recuperar as noites, curuminha/Que atravessei em claro/Ignorar teu choro/E só cuidar de mim/Deixar-te arder em febre, curuminha/Cinquenta graus, tossir, bater o queixo/Vestir-te com desleixo/Tratar uma ama-seca/Quebrar tua boneca, curuminha/Raspar os teus cabelos/E ir te exibindo pelos/Botequins/Tornar azeite o leite/Do peito que mirraste/No chão que engatinhaste, salpicar/Mil cacos de vidro/Pelo cordão perdido/Te recolher pra sempre/À escuridão do ventre, curuminha/De onde não deverias/Nunca ter saído
Chico Buarque
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